O que aprendi trabalhando com meu Pai

Uma história que investi suor, lágrima e sangue mas muito mais amor.

Houve um tempo da minha vida em que passei por uma fase bem difícil, entrei em depressão e realmente não tinha muita cabeça naquele momento para atuar com marketing, o que exige muita criatividade e disposição. Foi nesse momento “sabático”, que meu pai me pediu para trabalhar com ele, ele não entendia porque eu estava “parada em casa”, enquanto o negócio dele precisava de sucessão. Eu precisava me ajudar e precisava ajudar o meu pai, então foi uma boa oportunidade.

Aliás, eu tenho vários amigos empresários que sonham com isso, com o dia em que o herdeiro fará o negócio continuar.  Porém, muitos se frustram quando percebem que seus filhos não tem aptidão ou interesse pelo negócio.

Aprendizado 1: Ceder e Tentar

Bem, o primeiro aprendizado com essa experiência foi com relação a ceder e tentar. Encarei o desafio com coragem, mesmo sendo uma área completamente diferente da minha formação. O meu pai tem uma pequena transportadora, entrei de cara na logística, financeiro e administração que são tarefas bem cansativas pra mim, mas me saí bem. Eu dei o sangue, porque o pensamento era de que  “esse negócio também é meu e preciso alavancar”.

O problema foi que vesti a camisa do sonho que era dele e não meu. Além disso,  admito que o meu relacionamento com meu pai sempre foi do tipo “bater de frente” porque nós somos muito parecidos, rs

Aprendizado 2: Obediência e Inteligência Emocional

O maior aprendizado foi a obediência. Não foi fácil engolir vários sapos e silenciar, porque dentro da empresa meu pai era meu chefe e eu precisava acatar as decisões dele, mesmo discordando.

Foi nesses momentos que eu percebi que o negócio não era de fato meu e que mesmo eu separando os papéis, ele ainda me tratava como filha exercendo sua autoridade e misturando os afetos.

Sim, foi bem difícil. Mas eu aprendi a lidar com pressão e desenvolvi bem a inteligência emocional. Eu não admito que ninguém grite comigo, mas meu pai se sentia no direito de fazer e por ser meu pai, eu aceitava, silenciava e perdoava todos os dias, porque afinal eu também precisava daquele trabalho e não queria viver num campo de guerra. Resiliência e Respeito foram muito bem trabalhados nessa fase, rs.

Eu estava vendo que não seria feliz naquele negócio, via o quanto este setor é muito complicado e com baixa margem de lucros e o quanto meu pai se desgastou a vida inteira para nos dar uma vida boa, como caminhoneiro. Mas eu precisava tentar, dar o máximo por amor a ele e também, para que ele não me acusasse no futuro de eu não ter me interessado, valorizado ou tentado.

Então eu fiquei 1 ano organizando todo o negócio dele e deixando as coisas automatizadas, tercerizei a emissão de notas e fui preparando para deixar aquele trabalho sem o deixar na mão.

Aprendizado 3: Aquele sonho era do meu pai, não o meu

Durante o período que trabalhei com ele, também fazia terapia e o tratamento contra a depressão, isso foi me ajudando a me entender melhor, além de um longo processo de oração e cura interior. O auto-conhecimento me levou a concluir que aquele não era o meu negócio e nem o meu sonho e por isso eu precisava criar um caminho novo para mim.

Fui mudando o meu comportamento. Aprendi que amar também é engolir vários sapos e não revidar e que as atitudes valem mais que palavras. A mudança do meu comportamento e o meu empenho fez meu pai mudar comigo também. Ele via as loucuras que eu fazia para conseguir fechar várias negociações e fazer as entregas chegar na hora certa, rs. Mesmo que não reconhecesse verbalmente, eu aprendi a entender a linguagem de amor dele.  

Aprendizado 4: Dar valor e ser grata ao trabalho do meu Pai

Eu também aprendi a valorizar o esforço dele e tudo o que fez para criar eu e meus irmãos. Mas eu escolhi ser feliz, porque trabalhar com meu pai realmente ia desgastar o relacionamento. Aprendi a conviver melhor com ele, a fugir dos embates e não opinar muito, rs. Eu descobri que o amor perfeito é suportar os defeitos do outro, muitas vezes em silêncio.

Hoje eu ainda moro com meus pais e o relacionamento é outro. Ele decidiu fechar a empresa e mudou os rumos do negócio, meu irmão ainda trabalha com ele. E coincidência ou não, hoje eu trabalho com o que gosto na mesma sala onde era o escritório antigo dele.

Aprendizado 5: Vendas passa de Pai pra Filha

Aprendi com ele, muita técnica de negociação, vendas e sabedorias do tipo

“Não coloque todos os ovos na mesma cesta” 

 “Abre seu negócio e não trabalhe pelos sonhos dos outros”.

 

Ele ficou bem feliz quando decidi empreender, neste ano.

Nessa semana eu estava conversando com ele que me contava que meu avô era mascate, ia de porta em porta vender as coisas, então percebi que a herança de família, nem sempre é física, mas de valores e incentivos que querendo ou não, ficam no nosso inconsciente. No meu caso, vender é herança de família, e o que o marketing faz, senão impulsionar vendas né?  Não nego meu sangue, rs . Obrigado Pai!

 

Gleicy Laranjeira

Gleicy Laranjeira

Consultora Especialista em Marketing Digital e Inbound Marketing

COMPARTILHE ESTE ARTIGO

Sou consultora de marketing digital em Londrina, e ajudo empresas a venderem mais oferecendo serviços de consultoria, operação e treinamento em marketing digital, com foco no Inbound Marketing.

CERTIFICAÇÕES

ENTRE EM CONTATO

  • (43) 9 9976-0989
  • contato@glelaranjeira.com.br

SIGA NAS REDES

© 2020 Gleicy Laranjeira – Marketing Digital em Londrina – Inbound Marketing